Análise de Custo para Tomada de Decisão
Introdução
Uma
nova visão de mercado é a necessidade da busca de informações ágeis e
confiáveis para que se possa atingir metas e alcançar os objetivos.
Vemos
a análise de custo como uma ferramenta adequada para a busca de informações e
tomada de decisão, para isso precisa ser utilizada corretamente. O nível de
competitividade, faz com que as empresas busquem qual a método mais adequada
para atender suas necessidades.
E
apresentamos os conceitos e indicadores mais significativos necessários ao
processo de tomada de decisão que os sistemas de custeios podem proporcionar.
Mas é importante lembrar que os custos das empresas não são estáticos, é
necessário sempre avaliar o ambiente de negócio no qual a empresa esta
inserida, as mudanças tecnológicas e mercadológicas. Por isso os gestores devem
sempre buscar novas alternativas e conhecimentos necessários para a gestão
adequada de custos.
Percebe-se
que o interesse e o objetivo inicial da Contabilidade de custos fora a
preocupação em relação à avaliação dos estoques, conseqüentemente do resultado
contábil da empresa.
No decorrer deste estudo foram
abordados o conceito de contabilidade de custos e sua importância nas tomadas
de decisões, tendo com objetivos a geração de lucros satisfatórios.
Contextualização
Então
tem-se que, a Contabilidade de Gestão surgiu da necessidade dos gestores em
terem informações confiáveis e trabalhadas de uma forma que possibilitassem a
tomada de decisões, em relação à capacidade produzida, à fixação de preços de
vendas aos produtos, renovação ou reformas de equipamentos; a informação gerada
e apurada a partir da gama de dados existentes, chega ao ponto de verificar a
lucratividade por produtos ou linhas de produtos.
A gestão de custos, pois irá indicar
quais os investimentos serão necessários para que o produto que esteja sendo
fabricado possa gerar lucro satisfatório, e ajudar nas tomadas de decisões da
empresa. Assim, por meio da gestão de custos é possível calcular quais
investimentos serão necessários para um determinado produto, para que o mesmo
possa gerar lucro para a organização.
A
análise de custos para fins gerenciais é realizada através do cálculo de
estimativas de custos e receitas que irão ocorrer no futuro e é utilizada como
alternativa para orientar as escolhas dos gestores. Estas (decisões) definirão
os cursos de ação que a empresa deverá seguir. É chamada, por alguns autores,
de análise diferencial, porque as alternativas diferem umas das outras, ou
análise de custos relevantes porque, além delas serem diferentes, os dados de
custos utilizados em seu cálculo precisam ser fundamentais para as decisões.
Muitos empresários acreditam que a
análise de custo não traz benefícios para a organização, sendo somente uma
ferramenta geradora de custos desnecessários para a empresa. Por outro lado,
eles se preocupam em aumentar a produtividade com o intuito de gerar
crescimento nos lucros, deixando de utilizar de forma correta o planejamento e
o controle de custos, desconhecendo a importância da utilização dessa
ferramenta gerencial. Assim, se o empresário conhece e aplica a gestão de
custos, ele pode utilizá-la como um meio de avaliar a empresa e também ter
controle sobre os custos relacionados à produção.
Contabilidade
de Custos é um instrumento de gestão que complementa a contabilidade orçamental
e a financeira (registo e relato financeiro de operações com consequências para
o exterior, incluindo a preparação e a apresentação das demonstrações
financeiras) e que cujo objetivo, é fornecer um conjunto de informações
necessárias, suficientes, apropriadas e atempadas, de forma a permitir a tomada
de decisões, designadamente no domínio do planeamento, gestão e controlo,
possibilitando ainda a correção dos desvios obtidos na execução.
Terminologias Contábeis Importantes
De
acordo com Martins (2003, p.24), gastos
são todos os desembolsos que uma empresa gera para a obtenção de produtos ou
serviços. Esta obtenção é representada pela entrega de ativos, normalmente em
dinheiro. Custos são todos os gastos
relacionados à produção de um bem, ou gerado por uma prestação de serviço. As despesas são gastos com bens e serviços
que não estão ligados com a produção, mas têm como finalidade a obtenção de
lucros.
Um
custo (fluxo na ótica económica) distingue-se de despesa (fluxo na ótica
financeira) uma vez que esta pode não se transformar de imediato em custo
(e.g., a aquisição de bens móveis, imóveis e veículos, a aquisição de materiais
ou mercadorias para stocks) ou pode relacionar-se apenas com a atividade
financeira (e.g., amortizações de empréstimos).
Investimentos
são gastos com bens ou serviços que leva em consideração sua vida útil ou
atribui benefícios a períodos futuros.
Depreciação
é o desgaste ocorrido em um ativo imobilizado durante o período de uso, por
ações naturais ou por acidentes. Isso gera uma desvalorização monetária do
ativo imobilizado.
Os Conceitos Diferenciados De Custos
A
primeira classificação que os custos são subdivididos está relacionada quanto à
apuração. Tal classificação está relacionada à possibilidade de alocar cada
custo a cada tipo diferente de produto. Assim os custos são subdivididos em
custos diretos e indiretos. Os custos diretos são os custos que estão ligados diretamente a cada
tipo de produto ou serviço da empresa.
Os
custos indiretos são os aqueles que
não podem ser atribuídos a um único produto ou na execução de um único serviço,
ou seja, o custo indireto surge a partir do momento em que a organização começa
a produzir mais de um produto ou a prestar serviços variados.
Na
segunda classificação, os custos e despesas são classificados de acordo com a
quantidade produzida pela organização num determinado período. Os custos fixos são aqueles onde os
valores totais permanecem constantes, independentemente da quantidade
produzida, pois eles não possuem nenhum vínculo com o aumento ou redução do
número de unidades produzidas no mês. Custos variáveis aqueles que sofrem variações de acordo com a
quantidade produzida, ou seja, quanto maior o volume de atividades em um
determinado período, maior serão os mesmos. Este pode apresentar três formas
distintas: constante, progressivo e regressivo. Sendo que a primeira predomina
em todas as outras formas, e a maioria dos custos é constituída por ela.
Sendo
assim o custo variável constante ocorre quando estes sofrem variações de acordo
com o volume produzido, ou seja, se a produção aumenta os custos irão aumentar
respectivamente.
O
custo variável progressivo sofre um aumento relativamente maior em relação ao
aumento da produção. Se diminuir o volume produzido, os custos irão sofrer
diminuição, mas em proporção menores.
O
custo variável regressivo representa o aumento da quantidade produzida
juntamente com o aumento total de custos, só que em proporções menores. Se
diminuir o volume de produtos produzidos, os custos sofrerão uma diminuição
relativamente menor a cada unidade que se deixa de produzir. Custos
mistos é composto
por custos variáveis e custos fixos. Os custos mistos sãotambém conhecidos como
semivariáveis ou semifixos, e podem variar no decorrer do período mais não
proporcionalmente ao nível de ocupação do hotel.
Custos
Previsionais ou Pré-Determinados
São custos considerados na Contabilidade de Custos,
sendo calculados à priori para servir de base à imputação de recursos ao objeto
de custo. Os custos previsionais obtêm-se com base no custo/hora de cada
trabalhador / máquina ou viatura, obtido no final do ano anterior, multiplicado
pelo número de horas reais de trabalho, a fim de exibir os desvios (taxa) entre
os custos reais e os previstos.
Métodos de Custeios
A
palavra método tem sua origem grega que se originou da união de duas palavras,
meta (resultado que se deseja atingir) e hodós (caminho). Segundo Wernke (2005,
p.17) “É, portanto, o caminho para chegar aos resultados pretendidos”.
O
Custeio tem como significado atribuir valores de custos aos serviços, às
mercadorias ou aos serviços prestados. Cada método de custeio possui
características específicas, com isso cabe a empresa que for utilizar o método,
fazer um estudo para saber qual dos métodos se adapta melhor às necessidades da
empresa.
Assim,
existem quatro tipos de custeios mais utilizados, são eles: custeio por
absorção, custeio por departamentalização, custeio direto ou variável e ABC (Activity Basead Costing) ou Custeio
Baseado em Atividades.
O
primeiro método de custeio de acordo com Andrade et al., (2004, p.04-05) é o
custeio por absorção. Ele apura todos os custos utilizados na produção de um
bem ou na prestação de um serviço, independentemente se eles sejam fixos,
variáveis, diretos ou indiretos. Ele é um método que calcula os custos de
produção como despesas no momento da venda do produto, por isso ele é aceito
pelo fisco e atende aos princípios fundamentais de contabilidade. Uma
desvantagem do custeio por absorção, é que este sistema leva em consideração
todos os custos aos bens, mercadorias e serviços, havendo a necessidade de
ratear os custos muito distorcidos. Com isso, o gestor tem que definir como
será feito o rateio.
O
segundo método de custeio é a departamentalização consiste na divisão da
fábrica em setores, onde os custos de produção são debitados separadamente em
cada área. Os departamentos são divididos em dois grupos: de produção, que atua
sobre os produtos. E de serviço, que tem como finalidade prestar serviços aos
de produção. Este método é um centro de custos, onde ocorre a acumulação de
todos os custos para alocá-los aos produtos. Esta separação tem como finalidade
um melhor gerenciamento no controle dos custos.
O
terceiro método é custeio direto ou variável. Ele surge com a alta
competitividade das empresas e a necessidade de um método de custeio que
auxiliasse nas tomadas de decisões. Ele considera os custos diretos como
variáveis e os indiretos como fixos, onde os custos indiretos seriam
considerados como despesas. Esta necessidade surgiu por que o custeio por
absorção não estava atendendo às necessidades das empresas, por considerar
todos os custos como diretos e indiretos independentemente se
eles eram fixos ou variáveis. O método de custeio direto ou variável foi criado
para auxiliar os administradores sobre certos aspectos, como preços de vendas,
quantidade a ser produzida e vendida. Esse método possui grande importância na
elaboração de orçamento flexível (ou variável), na criação dos gráficos do
ponto de equilíbrio e na análise do lucro marginal.
Nada
impede as empresas utilizem este método internamente, basta que as organizações
façam um lançamento de ajustes no final do período, ajustando-os aos critérios
exigidos pelo fisco.
O
quarto método mais utilizado é o método de custeio baseado em atividades (ABC).
Tal método busca reduzir todas as distorções referentes ao rateio dos custos
indiretos, podendo ser aplicado aos custos diretos, não tendo diferenças em
relação aos demais sistemas, a principal diferença esta no modo como serão
tratados tais custos. Tendo como principal característica a identificação do
agente gerador do custo, podendo assim atribuir-lhe os valores necessários.
A
importância da utilização do custeio ABC é ser um sistema que não dá valor
somente aos estoques, mas por auxiliar os gestores na tomada de decisões. Outro
diferencial é o acompanhamento das atividades, podendo fazer as correções
necessárias, possibilitando a implantação dos controles internos.
De
acordo com Megliorini (2007, p.152): “A primeira etapa do custeio ABC é
identificar as atividades executadas em cada departamento. Sugere-se
identificar aquelas consideradas mais relevantes”. A segunda etapa é a
atribuição dos custos de todos os recursos às atividades e em seguida aos
métodos de custeios, respeitando a ordem: identificação dos recursos utilizando
uma atividade específica, rastreamento por meio de direcionadores apresentando
uma relação entre o recurso e a atividade e por último o rateio, que só é
utilizado quando não houver condições de apropriação direta ou nem por
rastreamento.
Métodos
de Afetação dos Custos Indiretos
Base
Única versus Base Múltipla
No
método da base única considera-se a mesma base para repartir todos os custos
indiretos. Por sua vez, na base múltipla dividem-se os custos indiretos por
subgrupos mais homogéneos e adotam-se bases de repartição diferentes para cada
subgrupo. A imputação dos custos indiretos, efetua-se após apuramento dos
custos diretos por função, através de coeficientes, preconizando assim o uso da
base única.
Seções
Homogéneas
No
método das seções homogénas existem centros de custos, geralmente determinados
pela estrutura da entidade, com determinadas caraterísticas cumulativas de
responsabilização, homogeneidade de funções e existência de uma unidade de
medida da atividade do centro. As seções servem assim de intermediário para que
lhes sejam imputados custos indiretos e, a partir delas, através de unidades de
obra, sejam então imputados aos bens e serviços finais.
Custos
para Tomada de Decisões
Tomada de decisão é a opção entre
cursos alternativos, nesse processo a Contabilidade de Custos surge como
coletora e relatora de dados relevantes para que a mesma seja tomada.
Para que o processo de tomada de
decisão seja utilizado da melhor forma, com mais aproveitamento e resultado é
necessário determinar metas, os objetivos a serem alcançados e depois as ações
relevantes para quem tomará a decisão. O modelo de decisão, assim concebido, é
visto como um processador de informações, cuja função no processo de tomada de
decisão é apoiar o gestor na fase de escolha.
Conforme
Bórnia (2002, p.71), os custos que auxiliam nas tomadas de decisões, são os
custos classificados como variáveis, sendo que a empresa já possui uma
preparação em relação aos custos fixos. São custos para tomada de decisão a
margem de contribuição, o ponto de equilíbrio, a margem de segurança,
alavancagem operacional e o lucro.
A
margem de contribuição segundo Martins (2003, p.179) é “[...] a margem de
contribuição é a diferença entre o preço de venda e o custo variável de cada
produto [...] .É a diferença entre a receita e o custo variável que cada
unidade traz para a empresa”.
No
entanto, Megliorini (2007, p.179) afirma que a margem de contribuição é a
diferença existente entre a receita líquida da venda e a soma dos custos
variáveis com despesas variáveis. É o valor das receitas deduzindo os custos
relacionados às vendas, mais os custos e despesas variáveis.
Já
o ponto de equilíbrio, é uma ferramenta utilizada na contabilidade de custos,
para auxiliar o gestor no gerenciamento dos custos. Identifica quando a mesma
consegue igualar suas receitas com seus custos. Neste ponto a organização não
está obtendo nenhum lucro, com isso os valores referentes aos custos e as
receitas são iguais. O ponto de equilíbrio também é chamado de ponto de
ruptura, ponto de nivelamento, ponto crítico ou ponto de quebra. No ponto de
equilíbrio a empresa está produzindo somente o suficiente para cobrir seus
gastos, com isso, a organização não está apresentando nem lucro e nem prejuízo,
ela está produzindo o necessário para que não sofra prejuízos (DUTRA, 2003,
p.336).
Análises do Ponto de Equilíbrio
Segundo
os autores Pinto, Limeira, Silva e Coelho (2008, p.74), uma vez separados os
custos e despesas em fixos e variáveis, os gestores estão de pose de
informações úteis para a preparação de instrumentos de análise que, alem de
responder a diversos questionamentos, auxiliarão no processo de tomada de
decisão, no planeamento e no controle.
A
análise do ponto de equilíbrio é consequência direta do comportamento dos
custos diante do volume de atividades e pode ser trabalhada de três formas:
ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro.
A
análise do Ponto de Equilíbrio é fundamental nas decisões referente a
investimentos, nos planeamentos de controle do lucro, no lançamento ou corte de
produtos e para análise das alterações do Preço de venda conforme o comportamento
do mercado.
Sabendo
que seu ponto de equilíbrio será obtido quando a soma das margens de
contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os Custos e
Despesas Fixos; esse é o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem
prejuízo (supondo produção igual à venda) Este é o Ponto de equilíbrio Contábil
(PEC). Porem em um resultado contábil nulo significa que,
economicamente, a empresa está perdendo (pelo menos o juro do capital próprio
investido).
Em
relação ao ponto de equilíbrio contábil (PEC), o mesmo será obtido quando o
total das margens de contribuição for suficiente para cobrir todos os custos e
despesas fixas, não havendo lucro e nem prejuízo. Desta forma, uma empresa que
possui um resultado contábil nulo está perdendo os juros relacionados ao
capital próprio investido.
O
ponto de equilíbrio pode ser calculado em valor ou em unidades (PEC unit),
sendo que este define o número de unidades que deve ser produzidas ou vendidas
pela organização para que ela consiga cobrir todas as suas despesas e seus
custos, não tendo nem lucro e nem prejuízo. O mesmo ocorre com o ponto de
equilíbrio contábil em valor (PEC valor), representando o valor mínimo que deve
ser vendido pela empresa.
Quanto
ao ponto de equilíbrio econômico (PEE) pode ser definido com a soma dos custos
e despesas fixos, e os juros relacionados ao capital próprio investido na
empresa. O ponto de equilíbrio econômico será obtido a partir do momento em que
a soma das margens de contribuição for suficiente para cobrir todos os custos e
despesas fixas e ainda gerar um lucro mínimo desejado. O ponto de equilíbrio
econômico calcula a quantidade que será necessária para atingir o lucro
desejado. Ele distingue dos demais pontos de equilíbrio por ser o único que
utiliza a variável “lucro desejado” na fórmula.
Ainda
sobre o PEF, é o nível de atividades que será necessário para liquidar todos os
custos e despesas variáveis, outras dívidas que a empresa possui como
empréstimos e os custos fixos, exceto as depreciações.
Em
suma, a maneira mais correta de calcular o ponto de equilíbrio de uma
organização que produz mais de um produto é calculando a percentagem de
participação de cada produto em função da receita total. Assim, para calcular a
quantidade no ponto de equilíbrio, será necessário dividir a receita individual
no ponto de equilíbrio pelo preço de venda.
A
margem de segurança é o espaço em que a empresa pode operar sem risco de entrar
na área de prejuízo. Quanto mais baixo o ponto de equilíbrio (E), maior a
margem de segurança (S), vice-versa. Assim quanto maior a margem de segurança,
menor o risco de a empresa entrar a área de prejuízo, vice-versa.
Em
relação alavancagem operacional, as empresas utilizam-na para calcular o
impacto que as alterações ocorridas na produção podem acarretar no lucro
operacional, tendo como base a produção normal da empresa.
O
grau de alavancagem operacional é a relação existente entre o acréscimo
proporcional de lucro e o de produção física ou de receita total. O grau de
alavancagem é um ponto qualquer situado acima do ponto de equilíbrio,
determinando uma relação entre o nível de alavancagem e a margem de segurança,
correspondendo o nível normal de operação da empresa, tendo como limites as
retas de custos e receitas totais. Ele define a composição dos custos variáveis
e fixos da empresa. Quanto maior forem os custos fixos, maior será a
alavancagem operacional por causa da redução do lucro operacional, se os custos
forem baixos, a alavancagem sofrerá redução devido ao aumento do lucro operacional.
No
entanto, alavancagem operacional tem como característica principal, o uso dos
custos operacionais fixos em relação às variações sobre o lucro da empresa
antes dos juros e do imposto de renda. O autor afirma que o ponto de equilíbrio
operacional consiste na quantidade de vendas necessárias para pagar todos os
custos operacionais. Neste ponto o lucro antes dos juros e do imposto de renda
é igual à zero.
As Vantagens, como Instrumento
Gerencial, da Utilização do Custo Variável.
No
sistema de custeio variável, apenas os custos variáveis serão atribuídos ao
produto elaborado, incluindo também as despesas variáveis, que serão subtraídas
da receita, com o propósito de obter-se a margem de contribuição de cada
produto. Já os custos fixos e as despesas fixas serão diminuídos da margem de
contribuição total do período.
O
custeio variável preocupa-se com a funcionabilidade dos custos, e comportamento
dos mesmos, esse tipo de custeio prevê uma apropriação de caráter gerencial.
Para
ser adotado o sistema de custeio variável é importante realizar as seguintes
tarefas:
- ü Separar os custos, as despesas incorridas pela empresa, em custos fixos e custos variáveis;
- ü Verificar alocação dos custos e despesas variáveis dos produtos/ serviços;
- ü Cálculo da margem de contribuição das margens;
- ü Para se obter o lucro da empresa, será necessário ser feito a subtração, da margem da contribuição total da empresa e os custos fixos.
Como
instrumento gerencial o sistema de custo variável baseia-se nas informações
geradas por meio de custo variável, apresentando-se algumas vantagens como:
- ü Separação dos custos e despesas em fixas e variáveis, facilitando as atividades do planejamento e controle;
- ü O cálculo da margem de contribuição auxilia o acompanhamento da análise do desempenho dos produtos;
- ü Cria condições necessárias para a implantação de instrumentos como o custo padrão e análise do ponto de equilíbrio;
- ü O impacto dos custos e despesas fixas pode ser estudado com maior precisão; -Dá suporte as decisões gerenciais.
Portanto,
entende-se que, as vantagens proporcionadas pelo sistema de custeio variável
são basicamente com relação à produção de informações para a tomada de decisão,
onde é extraída a margem de contribuição, é a diferença entre o preço de venda
e o custo do produto.
A relação Custo, Volume e Lucro
A
gestão de custos é uma ferramenta que busca oferecer as empresas informações
que lhes permitam manter-se no mercado com produtos de qualidade e a um custo
menor do que aqueles oferecidos pelos concorrentes.
Segundo
os autores Pinto, Limeira, Silva e Coelho (2008, p.66) o estudo das relações
entre receita, custos fixos e variáveis, despesas fixas e variáveis e resultado
é denominado análise de custos, volume e lucro. Essa análise proporciona uma
ampla visão econômica do processo de planejamento, examinado o comportamento
das receitas totais, dos custos totais e do lucro a medida que ocorre uma
mudança no nível de atividade, no preço de venda ou nos custos fixos.
Esse
tipo de análise pode responder a perguntas que constantemente surgem nas organizações.
Também é utilizada para projetar o lucro obtido em diversos níveis de produção
e vendas, bem como analisar o impacto sobre o lucro das modificações no preço
de venda, nos custos ou em ambos. Assim contribuindo significativamente na
tomada de decisão.
Esta
analise é baseada no custeio direto ou variável que, como visto anteriormente,
é um método de custeio utilizado para fins decisórias que orienta o gestor em
processos de formação de preços, determinação do mix de produtos, decisão de
retirada ou não um produto de linha, decisão de comprar ou fabricação, alem de
possibilitar a analise do comportamento dos lucros em função das variáveis de
vendas. Através dessa relação, pode-se estabelecer qual a quantidade mínima que
a empresa deverá produzir e vender para que não incorra em prejuízos,
atingindo-se assim o ponto de equilíbrio. Sendo assim, os custos e despesas
variáveis assumem papel fundamental, pois são responsáveis por afetar de forma
direta a margem de contribuição do produto ou serviço.
Os
custos variáveis totais oscilam de acordo com o volume de produção e vendas, ou
seja, aumentam ou diminuem conforme quantidade produzida.
Diferentemente
dos custos fixos totais que não variam com a redução ou aumento da produção, os
custos fixos unitários diminuem à medida que aumenta o volume produzido e os
custos variáveis unitários permanecem constantes, mesmo com a variação da
quantidade produzida.
Processo
de Tomada de Decisão vs Gestão
Sabe-se
que é de extrema importância que o processo de tomada de decisão esteja em
perfeita harmonia com o processo de gestão, que os resultados esperados de uma
tomada de decisão estejam de acordo com os resultados planejados pela empresa
ou que, no mínimo, não estejam contra estes resultados planejados.
O
processo de tomada de decisões tem uma perfeita correspondência com o ciclo
gerencial de planejamento, execução e controle.
Com
isso as diversas etapas analíticas do processo de tomada de decisões podem ser
identificadas com cada uma das fases do ciclo gerencial. Os objetivos atuante
de uma empresa são inúmeros, ou pelo menos devem ser muitos, ou seja, um
acréscimo nas vendas, uma redução de custos, uma posição no mercado, a obtenção
de um novo cliente, etc., para que esse processo seja colocado em prática é
necessária a atuação da gestão (planejamento, execução e controle).
Dessa
maneira, o processo de tomada de decisão tem como objetivo antecipar e detalhar
os efeitos das alternativas possíveis sobre um determinado evento, tendo
ciência de que as decisões devam ser tomadas sobre determinado evento.
Decisões Gerenciais baseadas em
Informações de Custos
- ü Manter ou substituir equipamento
- ü Decisões de produção
Ø Manter;
Ø Extinguirousubstituir
o produto;
Ø Produzir
ou comprar,
Ø Métodos
de produção a empregar,
Ø Fabricar
ou não por encomendas especiais
- ü Decidir sobre aceitar ou não um cliente (lucratividade de clientes)
- ü Decidir sobre o valor do preço de venda de produtos
- ü Decidir sobre o preço de transferência
- ü Decidir sobre melhorias na qualidade de produtos
- ü Decidir sobre aumentar ou diminuir materiais em estoques
Conclusão
A Gestão de Custos é uma ferramenta
importante, que subsidia os gestores de micro e pequenas empresas na tomada de
decisões.
Cabe a cada gestor definir objetivos e identificar
um conjunto de informações necessárias à tomada de decisões, que obriga
necessariamente à adoção de uma multiplicidade de custos que devem ser
agrupados para que possam satisfazer as necessidades da informação para a
gestão.
O
mercado atual é altamente competitivo, e este cenário faz com que as empresas
busquem alternativas eficazes para se manter no mercado e uma delas é o
controle dos custos envolvidos nas atividades da empresa.
Através
das informações geradas pelos sistemas de custeios, as empresas têm informações
valiosas para a tomada de decisão, e montagem de estratégias para manter-se no
mercado.
Afinal,
não adianta simplesmente aumentar as receitas sem o devido controle do
comportamento dos custos envolvidos, ou seja, qualquer empresa terá problemas
quando suas receitas aumentarem em uma proporção inferior ao aumento dos
custos.
Vale ressaltar que o objetivo da
contabilidade de custos é prover o usuário (tomador de decisões) de informações
relevantes e necessárias ao processo de tomada de decisão. A avaliação dos estoques
e apuração do resultado econômico através do controle de custos, neste ciclo
apresentado, cria condições para acompanhar o desempenho empresarial e
vinculando as informações de custos ou vinculando a aplicação do ciclo da
contabilidade de custos aos resultados pré-estabelecidos.