Cultura Organizacional


I.               Introdução

Nesse trabalho abordaremos acerca da cultura organizacional com o intuito de designar a importância da cultura organizacional para a organização.
A cultura representa o conjunto de valores, normas e crenças que é transmitida de uma geração para outra numa determinada comunidade, sendo assim, a cultura organizacional representa um conjunto de princípios e valores pertencentes a uma organização que define a inter-relação entre os funcionários da organização, o modo como a organização vai prosseguir em alcance dos seus objetivos, a relação entre os colaboradores e o líder ou seja, o tipo de liderança e o modo de actuação com o ambiente externo.
A cultura organizacional refere-se a organização em geral desde a estrutura física, diversos equipamentos e máquinas usadas na organização, ou seja, os artigos mais superficiais e perceptíveis, até as pressuposições, sentimentos e crenças inconscientes das quais os colaboradores da empresa acreditam.
A cultura de uma organização descreve o modo como as atividades são realizadas por meio de regras, normas, princípios, atitudes e perspectivas compartilhadas quer escritas quer não.
A cultura organizacional é o para o bom desempenho dos funcionários e para o sucesso organizacional, uma vez que se não houver uma boa relação entre os funcionários e também para com o gestor a organização não poderá alcançar os seus objetivos de modo satisfatório e a cultura organizacional é que define essa relação.
É através do conhecimento da cultura da organização que se chega a conhecer a organização e os novos integrados só poderão sentir-se participantes da organização depois de se interiorizarem da sua cultura, e deste modo podem contribuir de modo equitativo para o alcance dos objetivos da organização.

II.            Revisão Bibliográfica

2.1.         Cultura
A palavra cultura é de origem latina. Deriva do verbo colere (cultivar ou instruir) e do substantivo cultus (cultivo, instrução). Etimologicamente tem muito a ver com o ambiente agrário, com o costume de trabalhar a terra para que ela possa produzir e dar frutos. Ainda hoje se costuma usar a palavra cultura para designar o desenvolvimento da pessoa humana por meio da educação e da instrução. Ao falar-se de cultura, refere-se tipicamente ao padrão de desenvolvimento refletido nos sistemas sociais de conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais quotidianos. A palavra é também habitualmente usada para fazer referências ao grau de refinamento evidente em tais sistemas de crenças e práticas. Ambos os usos derivam das observações do século XIX, a respeito das sociedades “primitivas” ao transmitir a ideia de que diferentes sociedades manifestam diferentes níveis e padrões de desenvolvimento social. (1996, p.115 e 116)
Tylor foi o primeiro a formular um conceito de cultura. Para ele essa “é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (apudibid., p. 22). Poderíamos então afirmar que cultura é a forma ou o jeito comum de viver a vida cotidiana na sua totalidade por parte de um grupo humano. Essa inclui comportamentos, conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes, hábitos, aptidões, tanto adquiridos como herdados (MASSENZIO, p. 72-76).
A cultura não é uma herança genética, mas o resultado da inserção do ser humano em determinados contextos sociais. É a adaptação da pessoa aos diferentes ambientes pelos quais passa e vive. Através da cultura o ser humano é capaz de vencer obstáculos, superar situações complicadas e modificar o seu habitat, embora tal modificação nem sempre seja a mais favorável para a humanidade, como podemos perceber atualmente. Desse modo a cultura pode ser definida como algo adquirido, aprendido e também acumulativo, resultante da experiência de várias gerações. Porém, enquanto aprendiz o ser humano pode sempre criar, inventar, mudar. Ele não é um simples receptor, mas também um criador de cultura. Por isso a cultura está sempre em processo de mudança. Em muitoscasos pode até ser modificada com muita rapidez e violência, dependendo dos processos a que for submetida. Desta forma o ser humano não é somente o produto da cultura, mas, igualmente, produtor de cultura (LARAIA, p. 30-58).
A cultura se fundamenta em uma base de vida fundamentada em comunicação compartilhada, padrões, códigos de conduta e expectativas. Essas influências resultam de variáveis que afectam a cultura, como fatores econômicos, políticos e legais. As variáveis culturais determinam as atitudes básicas em relação ao trabalho, tempo, materialismo, individualismo e mudança. Tais atitudes afetam a motivação e as expectativas das pessoas quanto ao trabalho e relações grupais e estas afetam os resultados que se podem esperar de cada pessoa e também influencia poderosamente as interações entre as pessoas e o processo de comunicação.

2.2. Cultura Organizacional
2.2.1.     Conceito de Cultura Organizacional
Segundo Karine Cavalcante (2012) a ideia de enxergar as organizações como culturas, nas quais existem um sistema de convicções compartilhado por todos os membros é um fenômeno relativamente recente. Até meados da década de 1980, as organizações eram vistas, quase sempre, apenas como uma forma racional de coordenar e controlar um grupo de pessoas. Possuíam níveis verticais, departamentos, relações de autoridade e assim por diante. Mas as organizações são mais do que isso. Elas têm personalidade própria, assim como as pessoas. Podem ser rígidas ou flexíveis, hostis ou apoiadoras, inovadoras ou conservadoras.
Segundo o Edgar Schein a cultura organizacional significa o conjunto de valores, crenças, rituais e normas adotadas por uma determinada organização.
Idalberto Chiavenato define a cultura organizacional como o "conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da organização".
Em outra definição ainda refere que a cultura organizacional “é um padrão de aspectos básicos compartilhados, inventados, descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo que aprende a enfrentar seus problemas de adaptação externa e integração interna e que funciona bem, a ponto de ser considerado válido e desejável para ser transmitido aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas. ”
 Elliot Jaques cita cultura organizacional como o "hábito tradicional e costumeiro de pensar e fazer as coisas, que é compartilhado em maior ou menor grau pelos seus membros e que os novos membros devem aprender e assimilar, pelo menos parcialmente para que possam ser aceitos no contexto da empresa"
A formação de uma cultura organizacional surge quando são criadas e difundidas de mensagens relativas à empresa e sua identidade, através de meios formais e informais.
Alguns dos atributos mais valorizados da cultura organizacional de uma empresa são: ética, responsabilidade social, competência, compromisso, etc.
Para Chiavenato (2004) a melhor maneira de se conhecer uma organização é conhecendo sua cultura. A cultura assegura o sentimento de lealdade, delimita a fronteira, o compromisso e os princípios de comportamento pré-estabelecidas pela organização, passando, portanto, a condicionar na maneira de realizar as coisas, suas atitudes e ações nas variadas atividades que devem estar de acordo com a cultura organizacional.
A cultura conduz a organização na direção dos objetivos, determinado os comportamentos e ações, fixando as metas e resultados a ser alcançados.  A cultura representa um iceberg onde apenas uma parte dela está visível se tornando facilmente percebidas como suas políticas, sua estrutura organizacional e tecnologia aplicada, enquanto a outra parte fica oculta e difícil percepção para quem está do lado de fora como os aspectos informais, envolvimento, condutas, convívio e normas grupais esses mais difíceis de interpretar e passar por mudanças. A cultura que permite às pessoas ver e compreender os eventos, ações, objetos, expressões e situações particulares de maneiras distintas.
Assim como as pessoas dentro de uma cultura apresenta diferentes personalidades enquanto partilha de muitas coisas em comum, assim também acontece com as organizações. Pode-se dizer que as organizações são pequenas sociedades que possuem suas normas distintas de cultura e subcultura, essas particularidades perceptíveis à medida que se toma conhecimento dos padrões de relação entre os membros, a linguagem utilizada e a rotina diária.

2.2.2.     Níveis de Cultura Organizacional
Segundo o Chiavenato (2004), existem quatro níveis de cultura organizacional sendo:
Artefato- Constituem o primeiro nível da cultura, o mais superficial, visível e perceptível. Artefatos são as coisas concretas que cada um vê, ouve e sente quando se depara com uma organização. Incluem os produtos, serviços e os padrões de comportamento dos membros de uma organização. Quando se percorre os escritórios de uma organização pode-se notar as pessoas como se vestem, como elas falam, sobre o que conversam, como se comportam, o que são importantes e relevantes para elas. Os artefatos são todos eventos que podem nos indicar visual ou auditivamente como é a cultura da organização, como por exemplo: os símbolos, as histórias, os lemas, as cerimônias anuais, etc.
A cada vez que se aprofunda de nível, a dificuldade em mudar se torna cada vez maior.
Valores compartilhados - constituem o segundo nível da cultura, são os valores relevantes que se tornam importantes para as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Funciona como justificativas aceitas por todos os membros em muitas culturas organizacionais os valores são criados originalmente pelos fundadores da organização.Refere-se à: O que as pessoas dizem ou fazem cotidianamente; Filosofias, estratégias e objetivos.
Pressuposições básicas - neste nível a mudança é mais difícil e problemática. Constitui o nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura organizacional.Composto por: Crenças inconscientes; Percepções e sentimentos; Concepção da natureza humana; pressuposições dominantes nos quais as pessoas acreditam.A cultura prescreve a maneira de fazer as coisas adotadas na organização, muitas vezes através de pressuposições não escritas e nem sequer faladas.
Chiavenato (2004) afirma que os componentes da cultura organizacional influenciam diretamente o comportamento das pessoas e das organizações, com isso, surge processo de aprendizagem da cultura organizacional, o qual pode se dar de diversas formas, como histórias,símbolos, rituais, linguagem e materiais.

2.2.3.     Tipos de culturas Organizacional
Segundo Robbins (2008) os tipos de culturas organizacionais são:
v Culturas adaptativas- caracterizam-se pela sua maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a mudança. São organizações que adoptam e fazem constantes revisões e atualizações, em suas culturas adaptativas se caracterizam pela sua criatividade, inovação e mudanças. De um lado, a necessidade de uma mudança e a adaptação para garantir a atualização e modernização, e de outro, a necessidade de estabilidade e permanência para garantir a identidade da organização.
v Cultura não adaptativas ou conservadoras- têm como características a manutenção de ideias, valores, costumes e tradições que permanecem obstinados e que não mudam ao longo do tempo. Despertam comportamento burocrático e político de modo isolado, não mudam suas estratégias para ajustar ou ganhar vantagens com mudanças no ambiente de trabalho. Focados em si, no grupo imediato de trabalho ou no produto/tecnologia associado ao seu grupo de trabalho. Valorizam a ordem e a redução de riscos nos processos administrativos do que liderar iniciativas. O perigo é que o mundo e o ambiente mudam e muitas vezes, essas organizações mantêm-se totalmente inalteradas às mudanças ao seu redor.
v Culturas fortes-seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos funcionários e influencia comportamentos e expectativas.
v Culturas fracas- são culturas mais facilmente mudadas. No caso de uma empresa pequena e jovem, como está no início, é mais fácil para a administração comunicar os novos valores, isto explica a dificuldade que as grandes corporações têm para mudar sua cultura.

Além dos tipos de cultura definidos por Chiavenato, Charles Handy subdivide a cultura organizacional em:
v Cultura do poder: nesse tipo de organização, a cultura é voltada ao poder e esse é mantido por apenas algumas pessoas, essas que são capazes de influenciar toda a organização. Uma empresa com esse tipo de cultura é orientada a resultados e existem poucas regras e regulamentos, visto que o que acontece é dito por aqueles com poder de decisão.
v Cultura dos papéis:uma organização com esse tipo de cultura é orientada por regras, cargos e funções definidas. O poder, nesse tipo de organização, é determinado pela posição de uma pessoa na estrutura organizacional. Normalmente são empresas mais burocráticas, hierárquicas e que não costumam assumir riscos.
v Cultura de tarefas:nessa cultura o foco está nos projetos e o poder está nas mãos de quem tem capacidade de resolver o problema, podendo ser uma equipe formada apenas para tal. Com maior flexibilidade, há maior possibilidade de mudanças e liberdade de agir com criatividade.
v Cultura de pessoas: em uma organização com esse tipo de cultura o colaborador está sempre em primeiro lugar, independentemente do cargo que ocupa, suas ideias serão ouvidas. Há a consciência de que uma empresa existe porque as pessoas estão ali e constantemente são incentivadas e valorizadas.

2.2.4.     O aprendizado das culturas organizacionais pelos funcionários
Chiavenato (2004) coloca que a cultura seria transmitida aos funcionários de várias maneiras. Entre as principais temos:
Histórias: referem-se a eventos ocorridos com fundadores da empresa, quebras de regras, sucessos estrondosos, dificuldades, reações a erros, lutas, etc. Normalmente são relatos trazidos por gestores ou funcionários mais antigos em reuniões, workshops, confraternizações, e outros, para grupos com a finalidade de retratar a cultura da empresa.
Rituais: são sequências repetitivas de atividades que expressam e reforçam os valores fundamentais da organização, podem ser gritos de guerra, reuniões periódicas, eventos, etc.
Símbolos materiais: pode ser o espaço físico da empresa, os modelos, tamanhos de salas, os carros disponíveis, a aparência e vestuário dos executivos, etc. São artefatos que sinalizam para os funcionários quem é importante, qual o grau de igualdade almejada pelos dirigentes e o tipo de comportamento considerado adequado.
Linguagem: é comum as empresas desenvolverem termos próprios para descrever equipamentos, escritórios, pessoas chave, fornecedores, clientes ou produtos relacionados a seu negócio, são as siglas e jargões que os funcionários novos desconhecem e vão aprendendo juntamente com outros aspectos da cultura de determinada empresa.

2.2.5.     Importância da cultura organizacional
A cultura organizacional tem a função de guiar as atitudes, alinhar os colaboradores com os objetivos, definir as fronteiras, promover valores em comum e proporcionar experiências únicas para os colaboradores, ou seja, causa um senso de pertencimento aos colaboradores para com a empresa, facilita o comprometimento com algo maior do que os interesses individuais, pois o trabalho em equipe promove o sucesso de todos, estimulando a estabilidade do sistema social. Servindo como um sinalizador de sentido de controle orientando ás atitudes e comportamento dos colaboradores, faz os colaboradores a perceber seu papel e atividades desempenhadas dentro da organização.

2.2.6.      Benefícios da cultura organizacional
Para entender melhor os impactos da cultura organizacional e o quanto ela pode impactar na organização como um todo, listei os seus benefícios de acordo com os estudos de Berry Phegan.
v Benefícios financeiros
Á medida que a cultura se constrói, as pessoas assumem a responsabilidade também pelos custos, ou seja, passam a pensar no todo e dessa forma os custos diminuem. Uma cultura que engaja profundamente as pessoas é muito mais produtiva e com maior produtividade, também aumenta as vendas e os resultados.
v Recrutamento
A cultura organizacional também atrai profissionais com os mesmos ideais e valores, a probabilidade de acertar na contratação aumenta significativamente. E os próprios colaboradores também podem fazer indicações, pois talento, atrai talento.
v  Serviço ao cliente
A maioria dos clientes está sincronizada com a cultura dos fornecedores e percebem quando as coisas estão funcionando bem e quando não estão. Com a cultura, todos aprendem a gerenciar e se relacionar melhor e todos sabemos que quando gostamos do relacionamento com uma empresa, queremos voltar a fazer negócio com ela.
v Motivação
Quando as pessoas são reconhecidas pelo que fazem e entendem o impacto de suas atividades, se sentem motivadas a fazer cada vez mais. Em um ambiente com a cultura bem desenvolvida a motivação apenas aumenta e progride.
v Liderança
Cultura organizacional e liderança estão conectadas. Quando a cultura é desenvolvida, o envolvimento dos líderes é indispensável e por isso que os benefícios para as lideranças são grandiosos. As habilidades de liderança são desenvolvidas e os encarregados passam a ter uma visão mais ampla e clara de seu papel para a organização
v Reuniões
Como todos estão alinhados com as informações e objetivos, as reuniões se tornam mais rápidas, criativas e objectivas. As pessoas participam mais e contribuem mantendo a reunião focada na conclusão da tarefa.
v Relacionamentos
A cultura organizacional também melhora a relação entre as pessoas, times e departamentos. Da mesma forma que melhora a comunicação entre todos, aumentando assim a cooperação e desenvolvendo o trabalho em equipe.

v Satisfação e felicidade
Por último o autor cita a satisfação e felicidade, dizendo que são os benefícios mais importantes de todos. Quando se trabalha em uma empresa com a cultura organizacional desenvolvida e estruturada, a satisfação dos colaboradores fica evidente no dia a dia e ela está de mão dadas com o desempenho e o sucesso.

III.         Conclusão
Com este estudo, percebi que que a cultura organizacional são conjunto de ideias, valores, crenças que são próprias de uma organização que orienta o modo como a organização vai prosseguir em busca de seus objetivos.
Acrescentando que, este, tambem, determina a relação da organização com o seu ambiente externo, sendo um fator de suma importância para o sucesso organizacional, uma vez que é a cultura organizacional que determina a relação entre os funcionários na empresa, e que determina o tipo de relação entre o líder e os seus cooperadores permitindo assim, perceber o tipo de clima organizacional existente.
É a cultura organizacional que nos dá a conhecer a organização, sendo ela integradora de tudo o que é a organização desde a sua estrutura, cor, equipamentos, máquinas usadas e valores e pressupostos compartilhados entre os funcionários dentro da organização.


Infor. Autor:


Wadiley Nacimento 
4º Ano Licenciatura em Matemática


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