Atendimento Presencial - Como agir
Conceitos
Os elementos Chave no Atendimento Presencial (Recepção
e Encaminhamento)
Princípios
do Atendimento Presencial
Técnicas para ter um Atendimento Presencial
Eficaz com utente
A Resolução de
Casos Típicos de Atendimento Presencial
A palavra “comunicação” deriva do latim “communicare”, que significa pôr em comum, associar, entrar em
relação, tornar comum, partilhar.
Comunicação é um fenómeno espontâneo e natural, que usamos sem darmos
conta que esconde um processo muito complexo, que envolve a troca de
informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Estão
envolvidos neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar.
Atendimento é entendido como uma forma de acolhimento, de escuta activa,
de observação e de acompanhamento. No fundo, destina-se a
informar, orientar, encaminhar e apoiar os indivíduos.
Atendimento Presencial é todo o acto
de comunicação em que ambos os interlocutores (este pode ser utente ou cliente) estão em
presença física.
As etapas
do atendimento são normalmente divididas nas seguintes fases: a recepção do
utente/cliente, a prestação do serviço, o tratamento de objecções/reclamações e
por fim a despedida.
Os elementos Chave no Atendimento Presencial (Recepção
e Encaminhamento)
Existem alguns itens a ter em
consideração quando se procede a um atendimento num serviço de saúde. Trata-se
de um processo idêntico a uma entrevista, mas a que se associa outras técnicas
de relação interpessoal, nomeadamente a observação, a avaliação e a orientação,
como mostrado a seguir:
ü Realizar um
diagnóstico da situação que tem na sua frente;
ü Estabelecer
uma relação de confiança com o doente, a família e/ou pessoa significativa;
ü Responder às
suas necessidades de informação;
ü Solicitar
apenas a informação objectivamente necessária;
ü Prevenir
situações de conflito de ideias;
ü Contribuir
para orientar;
ü Perceber do
feedback
Princípios
do Atendimento Presencial
Reconhecimento positivo – Responder oportunamente,
demonstra a atenção, o interesse e o empenho na prestação de serviço são marcos
fundamentais na percepção da qualidade.
Necessidade de segurança – O utente
deve sentir o Serviço como uma unidade, implicando a uniformização de atitudes
e comportamentos.
Expectativas – Como seres
bio-psico-social, somos únicos, logo as expectativas são diferentes de pessoa
para pessoa. Impõe-se, portanto, a cada colaborador do Serviço uma atitude onde
é imprescindível saber ouvir, interpretar, pesquisar, concluir e prestar o
serviço nas condições esperadas pelo cliente.
Para os diferentes tipos de utentes,
poderão ser adoptados os seguintes comportamentos:
Utente
Idoso
|
Conversar
naturalmente e mostrar interesse e atenção
|
Utente conversador
|
Ouvir com
atenção, repetir o que ouviu explicar com simplicidade e clareza
|
Utente com
atitude positiva
|
Mostrar apreço
e coragem
|
Utente com
atitude negativa
|
Ser
positivo e compreensivo, revelar empatia
|
Utente
impaciente
|
Fazer as
tarefas com a prontidão possível, explicar o que está a acontecer e o tempo
que demorará
|
Utente
exigente
|
Ser
delicado e paciente. Ouvir com atenção. Mostrar-se calmo e mostrar compreensão
|
Técnicas para ter um Atendimento Presencial
Eficaz com utente
Envolvimento total – Cada
profissional faz parte de uma equipa que trabalha para o mesmo objectivo: o
Utente. Um bom trabalho de equipa, multidisciplinar, pressupõe a ajuda e a
troca de informação entre os diversos actores.
Competência – O utente
espera que cada pessoa que o atende saiba: o que é, o que deve fazer, e como
deve fazer.
Confidencialidade – O utente
deve ser atendido num gabinete salvaguardando e respeitando a sua privacidade.
Disponibilidade – O
atendimento deve acontecer de forma cordial e personalizada, promovendo no
utente sentimentos de satisfação.
Flexibilidade – Enquanto efectuamos
um atendimento a um utente, surgem por vezes interferências, tais como um
telefone que começa a tocar. Caso estes em que precisamos, de maneira
respeitosa, ser breve; tentar saber com quem está a falar e qual o seu contacto
para lhe ligar logo que estiver disponível; caso seja possível, peça para não passar
chamadas durante um determinado período.
A Resolução de
Casos Típicos de Atendimento Presencial
Após o conhecimento dos itens
anterior, refente aos princípios, elementos chave e as técnicas de comunicação
durante o atendimento presencial, estamos munidos de conhecimentos que nos
ajudarão a resolver casos típicos no atendimento em diferentes áreas ou
entidade.
As relações interpessoais são uma
realidade sempre presente na existência pessoal, grupal e profissional de todos
os seres humanos, pois não há vida sem relação. E no contexto da saúde, a
relação é fundamental, especificamente a “relação de ajuda” que se estabelece
entre profissionais (técnico/a de saúdes, médicos e outros) e utentes, famílias
e/ou pessoas significativas.
Para que se possa intervir junto do
utente, é importante reconhecer que a relação de ajuda envolve um sentimento de
cooperação e de solidariedade humana.
A qualidade da relação é
determinante na qualidade do trabalho do técnico/a de saúde implicando um bom
conhecimento de si próprio, sensibilidade aos diferentes níveis de comunicação
e perspicácia para que se aperceba de tudo o que se passa durante a mesma
relação.
O cuidar em saúde é exercido em
ambientes sob condições muito variáveis e complexas. A relação de ajuda deve
estar presente seja qual for o contexto em que o cuidar acontece.
Ao técnico/a de saúde cabe o papel
de facilitar o desenvolvimento da energia interior do utente, a aquisição das
informações e de todos os meios para que por si próprio e dentro das suas
possibilidades, as possa satisfazer. A acção do profissional deve ser dirigida
à pessoa na sua globalidade, inserida num contexto sociocultural que lhe é
muito próprio.
Quando o técnico/a de saúde está em
relação de ajuda com o cliente necessita ter profunda consciência do contacto
com aquele que ele incita a prosseguir no crescimento pessoal e na busca de
soluções, devido ao seu alto nível de empenhamento e respeitando
permanentemente o carácter único da sua personalidade.
Para proporcionar uma ajuda eficaz,
o técnico/a de saúde deve empenhar-se na relação e fornecer ao utente as
condições adequadas para satisfazer as suas necessidades fundamentais. No entanto,
é necessário ter em atenção: a expressão do rosto; a voz; os gestos; o
vocabulário; a aparência (postura física, "vestuário", penteado),
visto que, um atendimento só será uma experiência positiva para o nosso cliente/utente
se formos capazes de: actuar com moderação; ser natural, sem ser demasiado
descontraído; ser expressivo, agradável, sorridente e afável.
Este empenho exige o desenvolvimento
de determinadas características das quais se destacam as seguintes:
ü A ajuda
requer disponibilidade - trata-se de uma atenção dirigida a quem precisa de
ajuda, portanto, centrada no utente, na sua família e/ou pessoa significativa.
ü Deve
debruçar-se mais sobre a situação actual do que sobre o passado, sendo o
comportamento actual uma síntese do comportamento passado;
ü A ajuda
estabelecida num determinado tempo terá que ser concreta – o
profissional/utente analisam o problema e fixam os objectivos a alcançar, de
forma a potenciar a autonomia do utente;
ü A ajuda é
eficaz e de crescimento pessoal, não correctiva ou reeducativa - a ajuda que o
técnico/a de saúde oferece ao utente e à sua família pretende que este seja
livre na procura dos meios e/ou possibilidades que lhe permitam crescer e
superar o problema. A relação aposta na dimensão afectiva do problema e não na
dimensão intelectual;
ü É uma ajuda
mediada pela observação e pelo diálogo - é necessário que o profissional anime
o utente a expor o seu problema e saiba detectar, graças a um bom espírito de
observação, o que ele não disse, mas deixou transparecer pelas suas atitudes.
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